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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Vacinação e Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, adiados pela crise do coronavírus no ano passado, vão acontecer, neste ano de 2021, dentro de poucas semanas. Ainda que o país enfrente uma quarta onda da doença e tenha declarado recentemente, estado de emergência na cidade sede do evento, parece ser inviável para a organização, um novo adiamento. Com início programado para o próximo dia 23 de julho, a Olimpíada segue enfrentando resistência de órgãos de saúde, populares e até de algumas alas do setor empresarial japonês, que pedem um novo adiamento da competição até que a crise sanitária mundial seja, de fato refreada ou até mesmo o cancelamento, fato que só ocorreu em 3 ocasiões na história e devido às guerras mundiais, no anos de 1916, 1940 e 1944.

As hipóteses acima, porém, estão descartadas devido, entre outros fatores, aos grandes impactos econômicos que seriam enfrentados. Estima-se que só no setor de seguros o prejuízo estaria na casa de 3 bilhões, fora os contratos de patrocínio, de hotelaria e transmissão dos eventos.

Outro ponto importante é o dano aos desportistas que, como disse o presidente da World Athletics, Seb Coe, “70% dos que buscam uma participação olímpica terão apenas uma chance de competir no que provavelmente será o auge de suas carreiras esportivas” e isso poderia "descartar uma geração de atletas”.

Embora a vacinação das equipes não seja obrigatória para efetiva participação nos jogos, esforços mundiais têm sido feitos para que todos cheguem à competição imunizados. Diversos países colocaram seus atletas no grupo prioritário, incluindo; Nova Zelândia, Alemanha e Bélgica, por exemplo. No Brasil, após negociações que envolveram Ministério da Defesa, Ministério da Saúde, COB - Comitê Olímpico Brasileiro e COI - Comitê Olímpico Internacional, decidiu-se que os membros da delegação brasileira serão todos vacinados, tendo a vacinação iniciada no último dia 14 de maio.
O processo se dará da seguinte forma: 1814 pessoas foram incluídas no PNI - Plano Nacional de Imunização como grupo prioritário. As vacinas foram recebidas através de doações do COI em parceria com os laboratórios Pfizer/BioNTech e Sinovac, ou seja, não serão retiradas nenhuma das vacinas já adquiridas pelos SUS - Sistema Único de Saúde e, indo além, a cada dose recebida por um membro da delegação o Brasil receberá mais duas para incluir no estoque do País.

Com isso as críticas que vinham sendo feitas por algumas pessoas, que ao saberem dessa decisão alegaram caracterizar-se como injustas por estarem os beneficiados passando à frente de outras pessoas, caem por terra e ao invés de enfraquecer-se a vacinação nacional a mesma será fortalecida ainda mais, pois absorverá doses que não existiam em nossos estoques.

Vale destacar também que, alguns atletas brasileiros incluindo, o halterofilista Fernando Saraiva, a jogadora de futebol Marta, o Cavaleiro Rodrigo Pessoa e as equipes de atletismo e de Skate aproveitaram suas estadias em solo Norte Americano para se vacinar por lá mesmo. Além disso, algumas delegações como a de Handball, estão treinando na Europa e nem retornarão ao país para receber a vacina por aqui. Outro fato importante é que alguns atletas são muitos jovens e nem possuem a idade mínima de 16 anos para receberem a imunização.

O Brasil estará exposto mundialmente durante os jogos e já estamos carregando um estigma de país que não segue protocolos e que não age ante a pandemia como deveria. Um surto de Covid19 numa delegação nossa, com possível infecção de atletas de outros países seria mais uma grande mancha à nossa imagem internacional. Sendo assim, a vacinação se faz necessária para proteção de todos e para amenizar o modo como o mundo nos percebe atualmente.



Por, Daniel Góes.