Minha missão do dia era levar meu alunos do "Sesi" ao Zoológico.
Segui de metrô e mudei o trajeto. Desceria em São Cristovão.
Ao colocar os pés na plataforma me veio um turbilhão de lembranças. Nos ouvidos, como era em nosso tempo, um fone, mais potente que os de outrora.
Segui entretido naquela antiga novidade e “Lobão”, cantor, sussurra “vou te levar”. Ele sai de cena e nas escadas retiro o som e guardo na mochila.
Observo ao redor da estação. Já nas catracas me recordo dos encontros com os amigos nas chegadas de metrô à escola. Observo: as mudanças, os cheiros, as lanchonetes. Relembro os dois assaltos que sofri na vida, prossigo em direção à Quinta.
Adidas baixo no Pé, calça Jeans e quando vou subindo o meu olhar de auto observação, “SURPRESA”, aquele mesmo cinto BEJE, com a ponta pendurada e manchado de caneta, devido à antigas escrituras que eu fazia, ainda me acompanha uma década depois.
Lá se foram 2 Rock in Rios(agora 3), 150 shows com o Tapete Red, 4 namoradas, 1 casamento(agora um filho), várias derrotas do Botafogo(agora vitórias) e algumas coisas como o cinto ainda me acompanham.
Desço a passarela, decido caminhar à antiga escola. Começo, olho pra frente e com medo de me tornar tricampeão em assaltos, retorno. Percebo que tenho medos que não tinha antes, naquele tempo.
Admiro a Quinta, olho em volta, “liberdade”. Recordo o encantamento que tinha e o que sentia naquelas caminhadas, conversas e picnics.
Fecho os olhos, sinto o vento no rosto. Faço o mesmo trajeto que fazíamos rumo ao museu. Vejo um atalho mas decido não pegá-lo, vou pela rua em frente, desde o portão. Subida, virada a esquerda, e já se vê o Museu Nacional, insight “curso de guia”.
Resolvo sentar pois a ideia deste texto já fervilha e se perderia em breve.
Abro a Bolsa, sento, olho a árvore, o chão e o banco. Memória. Frutas rochinhas que nos sujavam a roupa ainda estão presentes. Penso, hesito, sento...
Quero me sujar como antes, que mal há?!
Papel, caneta... Escrevo, escrevo
Nostálgico, respiro fundo, olho a frente e passa um grande grupo de Escola Municipal.
Somos nós ontem...
Sorrisos, olhares, projetos...
Reticências...
Mais ao longe, caminho junto com eles. Me sinto parte do grupo mesmo sendo um excluído.
Ainda me sinto jovem como eles, mesmo possuindo uns fios desbotados.
Paro em frente ao museu. Olho para cima e Dom Pedro II me saúda.
Uma placa da prefeitura diz: - Restauração do Terraço. Puta que pariu, isso não muda nunca.
Já existia essa obra e lá se vão 3 eleições.
Lembrei que há uma carta que será desenterrada com sonhos dos jovens do século passado e que queríamos fazer uma. Ainda temos tempo pessoal!
Continuo caminhando, observo a natureza, o cenário muda, vejo um circo, sempre quis fazer um show em um circo.
Venta, me confundo, ando em círculos. O som das árvores parece uma cachoeira. Escrevo em pé, no meio da rua... louco...
Volto a caminhar.
Já dentro do Zoo observo a bilheteria.
Acordo, assustado!
Tenho que trabalhar!
Daniel Góes - 04/2012 (Agora: 20/09/2013)
Segui de metrô e mudei o trajeto. Desceria em São Cristovão.
Ao colocar os pés na plataforma me veio um turbilhão de lembranças. Nos ouvidos, como era em nosso tempo, um fone, mais potente que os de outrora.
Segui entretido naquela antiga novidade e “Lobão”, cantor, sussurra “vou te levar”. Ele sai de cena e nas escadas retiro o som e guardo na mochila.
Observo ao redor da estação. Já nas catracas me recordo dos encontros com os amigos nas chegadas de metrô à escola. Observo: as mudanças, os cheiros, as lanchonetes. Relembro os dois assaltos que sofri na vida, prossigo em direção à Quinta.
Adidas baixo no Pé, calça Jeans e quando vou subindo o meu olhar de auto observação, “SURPRESA”, aquele mesmo cinto BEJE, com a ponta pendurada e manchado de caneta, devido à antigas escrituras que eu fazia, ainda me acompanha uma década depois.
Lá se foram 2 Rock in Rios(agora 3), 150 shows com o Tapete Red, 4 namoradas, 1 casamento(agora um filho), várias derrotas do Botafogo(agora vitórias) e algumas coisas como o cinto ainda me acompanham.
Desço a passarela, decido caminhar à antiga escola. Começo, olho pra frente e com medo de me tornar tricampeão em assaltos, retorno. Percebo que tenho medos que não tinha antes, naquele tempo.
Admiro a Quinta, olho em volta, “liberdade”. Recordo o encantamento que tinha e o que sentia naquelas caminhadas, conversas e picnics.
Fecho os olhos, sinto o vento no rosto. Faço o mesmo trajeto que fazíamos rumo ao museu. Vejo um atalho mas decido não pegá-lo, vou pela rua em frente, desde o portão. Subida, virada a esquerda, e já se vê o Museu Nacional, insight “curso de guia”.
Resolvo sentar pois a ideia deste texto já fervilha e se perderia em breve.
Abro a Bolsa, sento, olho a árvore, o chão e o banco. Memória. Frutas rochinhas que nos sujavam a roupa ainda estão presentes. Penso, hesito, sento...
Quero me sujar como antes, que mal há?!
Papel, caneta... Escrevo, escrevo
Nostálgico, respiro fundo, olho a frente e passa um grande grupo de Escola Municipal.
Somos nós ontem...
Sorrisos, olhares, projetos...
Reticências...
Mais ao longe, caminho junto com eles. Me sinto parte do grupo mesmo sendo um excluído.
Ainda me sinto jovem como eles, mesmo possuindo uns fios desbotados.
Paro em frente ao museu. Olho para cima e Dom Pedro II me saúda.
Uma placa da prefeitura diz: - Restauração do Terraço. Puta que pariu, isso não muda nunca.
Já existia essa obra e lá se vão 3 eleições.
Lembrei que há uma carta que será desenterrada com sonhos dos jovens do século passado e que queríamos fazer uma. Ainda temos tempo pessoal!
Continuo caminhando, observo a natureza, o cenário muda, vejo um circo, sempre quis fazer um show em um circo.
Venta, me confundo, ando em círculos. O som das árvores parece uma cachoeira. Escrevo em pé, no meio da rua... louco...
Volto a caminhar.
Já dentro do Zoo observo a bilheteria.
Acordo, assustado!
Tenho que trabalhar!
Daniel Góes - 04/2012 (Agora: 20/09/2013)