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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Túlio Maravilha e os Mil Gols.

É de comum acordo que o ultimo grande título conquistado pelo Botafogo foi o Campeonato Brasileiro de 1995. Também é de aceitação de todos que o grande responsável por aquele campeonato foi o então atacante Túlio. Seu estilo falastrão promovia jogos, acirrava rivalidades e tornava os campeonatos muito mais interessantes.

Túlio se destacou no Botafogo como artilheiro, vestiu a amarelinha, fez gols de todos os tipos, e por um pouco mais, teria ido à copa de 98, onde o "Bota" teve Gonçalves e Bebeto como representantes. Os últimos alvinegros a jogar um Copa do Mundo. Por ter feito algumas escolhas erradas, algumas vezes injustiçado, e migrar muito de times, o Artilheiro acabou saindo um pouco da Mídia.

O tempo passou e o Craque da grande área retornou aos holofotes com seu projeto de realizar o milésimo gol. Num primeiro momento chamava atenção as contagem que ele fez, pois segundo vários "canais" especializados, existem gols ali que não constam nos dados oficiais. Todavia, quem provará que PELÉ fez mesmo Mil duzentos e tantos gols se nem tinha Câmera direito naquele tempo?! E o baixinho?! Romário,  marcou amistosos pífios e contou até os gols do Juvenil.

O grande lance é que projetos assim chamam à atenção de todos, todo mundo queria ver, principalmente os Botafoguenses, é claro. A diretoria traçou um projeto de marketing, fechou a parceria com o ídolo e tudo começou a correr bem, do jeito que tinha que ser, com chuteiras para cada novo gol da contagem regressiva, festa no Engenhão, divulgação e vídeos nas mídias sociais, tudo o que o camisa 7 e o clube mereciam.

Quando faltavam menos de 5 gols o projeto começou a se arrastar, as divulgações e ações de marketing sumiram misteriosamente, os fãs ficaram a ver navios, sem informação alguma e começaram as acusações e boatos. O Jogador alega que o clube o deixou de lado e a diretoria rebate com declarações vazias.

De fato deve ter ocorrido um grande desentendimento e a meu ver os dois lados devem ter alguma culpa nisso, até porque, qual seria a intenção da instituição Botafogo de Futebol e Regatas em prejudicar um ídolo de tal Calibre?

O fato é que o projeto degringolou, esfriou, congelou...
E todos perderam.
Perdeu o Clube, perdeu o Artilheiro, perdeu o torcedor!

Perdeu o Futebol.


Daniel Góes.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

...Àqueles Dias...


Minha missão do dia era levar meu alunos do "Sesi" ao Zoológico.
Segui de metrô e mudei o trajeto. Desceria em São Cristovão.

Ao colocar os pés na plataforma me veio um turbilhão de lembranças. Nos ouvidos, como era em nosso tempo, um fone, mais potente que os de outrora.
Segui entretido naquela antiga novidade e “Lobão”, cantor, sussurra “vou te levar”. Ele sai de cena e nas escadas retiro o som e guardo na mochila.
Observo ao redor da estação. Já nas catracas me recordo dos encontros com os amigos nas chegadas de metrô à escola. Observo: as mudanças, os cheiros, as lanchonetes. Relembro os dois assaltos que sofri na vida, prossigo em direção à Quinta.

Adidas baixo no Pé, calça Jeans e quando vou subindo o meu olhar de auto observação, “SURPRESA”, aquele mesmo cinto BEJE, com a ponta pendurada e manchado de caneta, devido à antigas escrituras que eu fazia, ainda me acompanha uma década depois.
Lá se foram 2 Rock in Rios(agora 3), 150 shows com o Tapete Red, 4 namoradas, 1 casamento(agora um filho), várias derrotas do Botafogo(agora vitórias) e algumas coisas como o cinto ainda me acompanham.

Desço a passarela, decido caminhar à antiga escola. Começo, olho pra frente e com medo de me tornar tricampeão em assaltos, retorno. Percebo que tenho medos que não tinha antes, naquele tempo.

Admiro a Quinta, olho em volta, “liberdade”. Recordo o encantamento que tinha e o que sentia naquelas caminhadas, conversas e picnics.
Fecho os olhos, sinto o vento no rosto. Faço o mesmo trajeto que fazíamos rumo ao museu. Vejo um atalho mas decido não pegá-lo, vou pela rua em frente, desde o portão. Subida, virada a esquerda, e já se vê o Museu Nacional, insight “curso de guia”.

Resolvo sentar pois a ideia deste texto já fervilha e se perderia em breve.
Abro a Bolsa, sento, olho a árvore, o chão e o banco. Memória. Frutas rochinhas que nos sujavam a roupa ainda estão presentes. Penso, hesito, sento...

Quero me sujar como antes, que mal há?!

Papel, caneta... Escrevo, escrevo
Nostálgico, respiro fundo, olho a frente e passa um grande grupo de Escola Municipal.
Somos nós ontem...

Sorrisos, olhares, projetos...
Reticências...
Mais ao longe, caminho junto com eles. Me sinto parte do grupo mesmo sendo um excluído.
Ainda me sinto jovem como eles, mesmo possuindo uns fios desbotados.
Paro em frente ao museu. Olho para cima e Dom Pedro II me saúda.
Uma placa da prefeitura diz: - Restauração do Terraço. Puta que pariu, isso não muda nunca.
Já existia essa obra e lá se vão 3 eleições.

Lembrei que há uma carta que será desenterrada com sonhos dos jovens do século passado e que queríamos fazer uma. Ainda temos tempo pessoal!
Continuo caminhando, observo a natureza, o cenário muda, vejo um circo, sempre quis fazer um show em um circo.

Venta, me confundo, ando em círculos. O som das árvores parece uma cachoeira. Escrevo em pé, no meio da rua... louco...

Volto a caminhar.

Já dentro do Zoo observo a bilheteria.
Acordo, assustado!

Tenho que trabalhar!

Daniel Góes - 04/2012 (Agora: 20/09/2013)